Fátima, Futebol e Fado

Nós, os portugueses, continuamos agarrados à mesma mentalidade que nos guiava em meados da década de 60.

Continuamos a venerar Fátima - estive lá hoje em trabalho, e terei de lá voltar amanhã ou na quarta-feira. Ainda me é difícil digerir que o Deus que fui educada a adorar se compadeça em ver famílias a arrastarem-se pelo chão a cumprir promessas. Custa-me crer que, esse mesmo Deus, 'opte' por 'vender' entradas no Céu por troca de promessas... se se ganhar o Céu é por boas acções de toda uma vida e não por idas ao Santuário uma vez por ano.

O Futebol entra nas nossas vidas e não sai - o FC Porto foi (justíssimo) campeão mais uma vez. Não discuto a justiça na atribuição do 'caneco': o Porto venceu... parabéns! Custa-me é ver a importância que se dá a um desporto... nos próximos dias não se vai falar de outra coisa senão de: vitória do FCP a três jornadas do fim, a (eventual) contratação de Jorge Jesus pelo SL Benfica e das eleições no Sporting.

O Fado ouve-se em qualquer canto - e agora com o projecto 'Amália Hoje' ainda mais. Não é fado, é pop. É fado mascarado, porque o fado está nas palavras e não apenas no ritmo do que se canta. Temos um fado vestido de t-shirt e calças de ganga, em vez de vestido negro e xaile.