24 de abril de 2014

Crónica das horas perdidas, ou, como se diz na minha terra "o diabo não está sempre atrás da porta"

Estou desempregada.
Sou mais uma daquelas que engrossa os não-sei-quantos-por-cento das estatísticas nacionais.
Sou mais uma daquelas que recebe subsídio.
Sou mais uma daquelas "mandrionas" que não quer é trabalhar.
Sou mais uma daquelas que a senhora dona Jonet acha que perde mais tempo nas redes sociais do que a fazer alguma coisa pela vidinha.

Pois que hoje fui a uma reunião / entrevista. E ao regressar a casa, perdi-me. E ia parar a Mafra não fosse encontrar um raio de uma aldeola para lá de Cheleiros (onde quer que isso seja, mas que foi o ponto de referência que um senhor achou por bem dar-me).
E com isso, perdi horas de vida útil em que podia estar a fazer qualquer coisa pela vidinha, nem que fosse dormir a sesta, ou a ler um livro.

Olhem, vão mazé trabalhar...

22 de abril de 2014

No more excuses

O Henrique nasceu há um ano, 1 mês e 1 semana.

Eu tinha 47 kg antes da gravidez e 60 no fim... 6 meses após o nascimento, rondava os 54 kg.

As pessoas que me conheciam "do antigamente" dizem, com frequência, que assim é que estou bem. Que dantes estava muito magrinha, e que agora estou melhor, mais cheiinha...
Mas, eu olho para o espelho e aquela barriguinha incomoda-me.
Nas fotografias, vejo uma cara mais bolachuda e incomoda-me.
Vestir roupa que dantes me ficava enorme incomoda-me.

Não me sinto eu... sinto-me desconfortável, neste corpo que agora é o meu. E para estar bem com os outros, tenho de estar bem comigo.

Por isso, acabaram-se as desculpas.
O Henrique já nasceu há muito tempo, para eu continuar com a desculpa do pós-parto.

Está na hora de começar a tratar disto. E hoje é o dia.

(deixei passar a Páscoa com as suas amêndoas de chocolate do demo, 
e a visita aos tios e padrinhos que nos enchem de comida, 
e os folares, e os pães-de-ló de Felgueiras... 
tudo mexido pela mão do próprio Belzebu)

Está decidido. Acabaram-se os bolinhos de pastelaria, e os snacks carregadinhos de açúcar a meio da tarde. Comprei as bagas Goji da moda e vou começar a enfiá-las em iogurte... comprei aquelas bolachas de arroz para fingir de snack, mais água, e menos doces... comer mais peixinho e menos carne, mais vegetais...

Vou perder peso... uns 3/4 quilitos... ou não me chamo Cristina Maria. 

15 de abril de 2014

A maior das sortes

Hoje, enquanto dava iogurte ao Henrique, apercebi-me que é do caraças ter este privilégio que é vê-lo crescer. A maior parte das mães que conheço tem de deixar os seus rebentinhos aos 4, 5, 6 meses na creche com pessoas que, sendo profissionais, não são família, não têm o mesmo calor no colo que uma avô, um avó, a mamã...

Apercebi-me que é do caraças conseguir, inclusivamente, controlar o nascimento dos dentes, saber de cor as músicas que ele gosta, perceber quais são os episódios do Pocoyo que andam a passar repetidos e enchê-lo de beijos quando me apetece...

É uma merda (e peço desculpa pelo termo) estar desempregada, só haver um ordenado a entrar em casa, e beca-beca-beca... se, no início, se levava a coisa com mais descontracção, chega uma altura que se começa a fazer contas à vida e que a coisa assim não se pode arrastar muito mais tempo.
Pensa-se que a alternativa é trabalhar em casa (ou trabalhar mais em casa, porque já se sabe para quem "sobra" as tarefas domésticas...).

E depois, olho para o Henrique. Crescido. Feliz. Saudável. Com as birras normais em bebés da idade dele. E volto a pensar que realmente sou uma mulher com uma sorte do caraças (mesmo com o fogão sujo até à 5.ª casa...).

Imagem retirada daqui

7 de abril de 2014

Henrique e o mar

Ontem, domingo, levantámo-nos bem cedo. O senhorzito Henrique achou que era um bom dia para fazer coisas em família, por isso, vai de acordar os pais e fazê-los levantar o rabinho da cama.

E a verdade é que... até foi bom. Tomámos o pequeno-almoço cedo, e aproveitámos para ir passear até às praias. Começámos pela Praia Grande. O Henrique dormia. Vimos o quanto a praia está com um aspecto desolador. As últimas tempestades levaram o areal, e deixaram à vista as enormes rochas que, usualmente, estão bem escondidinhas.

Passámos à Praia das Maçãs... o Henrique dormia. O sacana acordou-nos cedíssimo e cometia o sacrilégio de estar a dormir como um anjo. Vimos o que havia para ver e estávamos já a pensar em voltar para casa, quando nos apeteceu pão com chouriço. O Henrique acorda.

Voltámos então para trás - que a manhã até estava agradável - e, pela primeira vez, o Henrique viu o mar. Pisou o areal (ainda que calçado!). Divertiu-se (muito! imenso!) a ver os outros meninos a brincar. Riu. Gargalhou. Foi tão feliz que nos deixou a nós felizes.

Cada dia me convenço mais que é um privilégio assistir ao aprendizado de alguém. Ver a felicidade dele em experimentar coisas, ver coisas, tocar em coisas que tomo por adquiridas. Como o mar... ou crianças a brincar com discos voadores... ou encher-se de areia da praia...

Os créditos da fotografia são do papá

2 de abril de 2014

A propósito da estreia, amanhã, do "Sei lá!" da Margarida Rebelo Pinto

Imagem retirada daqui
Os ensinamentos que retirei dos livros da Margarida Rebelo Pinto, nomeadamente do "Sei lá":









FIM
 

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