A minha mãe estava no hospital. O emprego ia de mal a pior: tinha dois part-times e qual deles o mais esgotante. Tinha terminado uma relação que me estava a envenenar aos bocadinhos e a anular-me. Andava a dormir uma média de 2/3 horas por noite, tendo em conta que também ia duas vezes por semana ao Porto, por causa da pós-graduação.
O mês de Março foi horrível. O mês de Abril seguiu-lhe o exemplo. Dava por mim a chorar todas as noites e a pensar que não ia continuar a aguentar aquele ritmo alucinante. E, em casa, os dois homens (pai e irmão) atrapalhavam mais do que ajudavam.
Enfim... nem é bom pensar. Já passou. Hoje, a alguns minutos de ser 1 de Abril (juro que não vou escrever mentira nenhuma), a minha vida está completamente mudada. Um emprego esgotante, mas algo seguro e que representa a concretização de um sonho. Um homem lindo na minha vida. Oito ou mais horas de sono por noite. Já sorrio mais. Já brinco mais. Já me dou ao luxo de sonhar um bocadinho mais.
Acho que merecia depois de tanto tempo.