4 de setembro de 2015

Grão a grão, enche o passarinho azul o papo!

O Henrique é terrível para dormir. Isto é ponto assente desde o primeirinho dia em que o senti a rebolar na minha barriga, lá pelas 17/18 semanas de gravidez. Ainda o fedelho era só um micróbiozito de meia-dúzia de centímetros e já me dava água pela barba à noite.

Para que não restem dúvidas: o Henrique é péssimo a dormir. Não quer dormir cedo, acorda "n" vezes - e vá que já lhe passou a fase em que acordava aos berros, e que uma pessoa demorava duas horas para o voltar a adormecer! E também a fase de acordar seis vezes por noite.

Por mais rotinas que lhe tentemos impor, nunca consigo pô-lo a dormir profundamente sem, pelo menos, uma dura batalha de uma hora. É o lavar os dentes, vestir pijama, contar história (e têm sempre de ser duas ou três histórias, que o rapaz é exigente!) - ocasionalmente, cantar-lhe a música do Vitinho! - convencê-lo a deitar-se, convencê-lo a deitar-se outra vez, dar-lhe água 37 vezes, responder 50 vezes aos chamamentos dele e convencê-lo que não é preciso ter medo do escuro e que a mãe está ali ao pé dele e que pode dormir descansadinho.
Depois quer a minha mão, depois quer o meu braço, depois quer estar a massajar-me o cotovelo... tento sair de fininho, ele acorda e repete tudo de novo. É exaustivo.

Ultimamente, temos brincado a fingir que somos passarinhos azuis (ou em linguagem própria"piu-piu aju"). Há uma história que ele adora do Winnie The Pooh, em que o Pooh encontra um ninho com um ovo e daí nasce um passarinho azul e blábláblá. A reter: "piu-piu aju"!
Então, na hora de dormir somos sempre passarinhos azuis. Ele é o passarinho-bebé-azul e eu sou a mamã-passarinho-azul. E lá o consigo convencer que ele tem de dormir descansadinho nas palhinhas do ninho. E depois de me dizer 500 vezes que "piu-piu aju xede" (sede), lá acaba por adormecer. Tem melhorado, ainda assim. Já só demora uns 30/40 minutos.

E esta noite foi o verdadeiro sucesso! Dormiu, na cama dele, até às 6h15. Nem dava para acreditar! É claro que me levantei umas cinco vezes para o tapar, porque o ouvia a chamar-me, e quando me chegava ao pé dele, dormia profundamente, completamente destapado e com as pernas geladas. Mas dormia! E isso é que é a parte emocionante: foi-se deitar mais cedo e dormiu mais tempo - umas 7 horas e tal seguidas. NUNCA aconteceu!

Acho que, aos poucos, a coisa está a regularizar. É como diz o ditado: grão a grão...


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