30 de outubro de 2011

A idade é um lugar estranho

Tomamos a nossa juventude, beleza e saúde como bens... garantias adquiridas... direitos inalienáveis.
Como se, um dia, pudéssemos chegar junto de uma entidade superior e dizer "A minha juventude "avariou". Tem aqui o talão da garantia!" e, como consequências, a levassem para a fábrica para substituir peças ou nos entregassem uma nova, porque a anterior não tinha arranjo possível.

É estranho e ao mesmo tempo engraçado pensar nisto quando se tem 28 anos, quando se tem, no mínimo, mais de outros tantos anos pela frente.

O envelhecer não me assusta. O que me mete medo é envelhecer com falta de saúde. Hoje, vi um senhor de bastante idade, meio curvado, que levava na mão um saquito de um conhecido supermercado, com meia dúzia de coisinhas.
Assusta-me pensar que um dia vou perder a minha força para transportar um saco de supermercado com vários litros de leite, vários quilogramas de fruta... tal como fiz ontem.

Agora, no auge da minha juventude, todos os dias há uma dor - de cabeça, de dente, de unha do pé... - mas nada apaga a imagem do senhor velhinho, curvado, com o pequeno saco de compras.

(esta madrugada a hora mudou; vai ser assim até meados de Março. A minha única consolação - com este horário de Inverno - é que a partir de Dezembro os dias têm tendência a crescer e quando dermos por eles estamos no Verão outra vez.)

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