Não sou uma pessoa de funerais.
Na minha terrinha, existe a "tradição" - quase como se de um código de honra se tratasse - que, em caso de morte de alguém conhecido, vá ao funeral um da família para representar o núcleo.
Coisas de terras pequenas, onde toda a gente se conhece... portanto, já se sabe: quando alguém morre, há sempre centenas de pessoas que se deslocam à Igreja e ao Cemitério.
Que me lembre, só fui a 3 funerais na minha vida: ao da Vânia (a minha melhor amiga), ao do meu avô paterno e ao do Diogo (um miúdo que era do meu Agrupamento de Escuteiros). A ideia da morte... quero dizer... sempre tive consciência dela. Fosse com uma dor maior ou menor.
A 1.ª vez que me lembro de me terem dito "morreu!", foi quando morreu o pai da minha mãe. Não me custou. Parece estranho dizer isto, mas eu era muito nova e só tinha visto aquele avô duas vezes. Depois morreu o padrasto da minha mãe. Custou-me muito, porque esse era aquele que eu reconhecia como avô. Com o avô Zé... chorei, mas, passou.
A Vânia, quando eu tinha 16 anos, a Sónia e o Guilherme, no mesmo ano; o meu avô João aos 17 anos... o Diogo quando eu teria uns 25 anos.
Isto sem contar com aqueles tios velhinhos que, por força da idade, iam fechando os olhos.
Na semana passada, foi a minha tia Luísa... a tia a quem eu chamava avó, tal era o amor que lhe tinha. Não fui ao funeral, não porque não quisesse, mas porque (infelizmente) o meu pai está bastante debilitado fisicamente e tinha de ficar com ele. Hoje, quinta-feira, é a missa de 7.º dia e também não me recordo de alguma vez ter ido a uma. Certamente, estive na do meu avô João, mas... não me lembro.
Vou chorar, de certeza. Estes momentos... são como... prolongamentos da dor. E quem é que gosta de sofrer?! Mas eu vou. Estou em falta com a minha consciência e preciso de dizer a Deus que esta morte não é justa, que continuo zangada com Ele, mas que, apesar de tudo, Lhe quero pedir que olhe pela minha tia.
É hoje, que faço, a sério, o luto pela minha tia e levo a minha vida em frente.
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