Sentada no sofá, vejo, nos três canais nacionais, o noticiário da noite. O que faz a agenda do dia? A capitulação de Mubarak, no Egipto, menos de 24 horas depois de ter dito que não saía.
Vejo a felicidade no rosto das pessoas apanhadas pelas câmaras de televisão (mundiais); vejo lágrimas de alívio pelo final de 30 anos de ditadura... e pergunto se foi isto que os portugueses sentiram em 1974.
Vejo os principais líderes mundiais a congratularem o povo egípcio pela conquista, vejo os governantes dos países vizinhos a tremerem - não vá dar-se o caso da revolta popular ser como um vírus que se apanha, enquanto se bebe um copo de água.
Vejo uma série de pessoas a emitir opiniões, sobre uma situação à qual nunca prestaram grande atenção, porque o Egipto fica muito longe e só as pirâmides é que têm interesse.
Vejo tudo e isto e pergunto-me se estes mesmos manifestantes, embriagados pela liberdade repentina, vão saber - sensatamente - erigir um novo governo, com cabeça, tronco e membros? Pergunto-me se não vai surgir um grupo que volte a conduzir o país a um novo governo sufocante?
Por outro lado, assistimos a um momento grandioso. Assistimos à manifestação efectiva da força que as pessoas têm quando se juntam... e, caramba, que bom que é!
1 estrelinhas:
esperemos é que agora não tenham 20 anos de ditadura militar...
desconfio sempre de 'revoluções' em África... já estou um bocado escaldado...
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