15 de setembro de 2009

Cenas minhas

1 - Há três grandes temas que me causam borbulhas nos dedos cada vez que tenho de escrever sobre eles: desporto, política e religião. Basta uma distracção para deitarmos a perder uma boa peça. Sou apartidária, mas já telefonaram para o jornal a perguntar se não tinham 'vergonha' em ter uma pessoa tão manifestamente social-democrata a trabalhar com eles. Já me ameaçaram quando uma vez escrevi mal de uma das minhas equipas do coração. Já disseram que não tenho "moral" para falar de certos assuntos, quando fiz toda a catequese, cantei no coro e fui assistente de catequista, isto sem contar com os meus 10 anos de escutismo católico. Vidas...

2 - Li isto há pouco: "A vítima de uma tentativa de homicídio no âmbito da Noite Branca, que na altura dos factos atribuiu os disparos de que foi alvo a Bruno P. "Pidá", diz agora que a pessoa que o atingiu tinha outras características" (notícia retirada daqui). É lamentável que haja pessoas que, por medo, se deixem continuar a aterrorizar. Depois de dois anos, vem alguém dizer "Desculpem, enganei-me. O outro é mais alto". Onde é que vamos parar?

3 - Tenho gostado daquilo que vi do programa 'Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios'. Imitação do 'Daily Show', dizem alguns. Eu digo: é verdade, mas eles avisaram. O Eng. Sócrates esteve muito bem, tal como a (surpreendente) Dra. Manuela Ferreira Leite. Achei que ela conseguiu estar à altura de Ricardo Araújo Pereira, numa entrevista quase improvável, em que ele lhe pede um "desconto no IRS" por ser "cliente habitual".

4 - Uma atleta, com trejeitos masculinos, pode vir a ser proibida de competir. A culpa de, eventualmente, ser hermafrodita é dela? Sendo mulher poderá não competir com as mulheres por causa da ser homem. Sendo mulher não pode competir por não ser homem. Confusos? Eu também.

5 - Um dia, disseram-me que só é jornalista quem ama realmente a profissão. Quem respira o jornalismo. Desde os 13 anos, com algumas intermitências, sempre soube que isto era o meu caminho certo, mas, por outro lado, também penso se fiz a opção certa. Há por aí mais pessoas com dúvidas profissional-existenciais? Se sim, metam o dedo no ar. Hoje, voltei mais uma vez a duvidar, quando um dos BB (big bosses) me disse que escrevia bem. Pois. Sei que sim, obrigada. E qual é o meu ganho? Ganho mais por isso?! Deixem-se de coisas e reconheçam efectivamente que sou boa naquilo que faço. Motivem-me para ser ainda melhor.

6 - Está na minha agenda para trabalhos próximos: entrevistar o director-executivo da Playboy portuguesa. É de Leiria e já trabalhou no meu DL Times. Estou ansiosa.

7 estrelinhas:

J. Maldonado disse...

1. A religião e o desporto não me dizem nada, mas a política sim, pois é o que move a sociedade.

2. As máfias têm mais tentáculos do que imaginamos, por isso é natural que as testemunhas sintam receio de depor em tribunal por causa de eventuais represálias.

3. Também achei que o formato era idêntico ao Daily Show. O RAP tem que comer muita Maizena para chegar aos calos do Jon Stewart... :))

4. Realmente colocas uma questão difícil! :-o

5. O jornalismo em Portugal é uma profissão menosprezada por quem de direito.

6. Boa sorte com a entrevista.
Se ele achar que és suficientemente sexy para posar para a revista, decerto que te fará uma proposta decente... ;)

PJ disse...

Nunca te esqueças de uma questão que deve pautar a actividade de jornalista: ética. Portanto, deixa-te lá de ideias (e esperanças) de vires a ser fotografada para a revista :P

Metade de MeioLitro disse...

1- É natural, são os chamados "temas fracturantes", que provocam naturalmente posições antagónicas,extremistas.
O que não falta na net é pessoal sem vida pessoal- passo a redundância- e que descarregas as suas frustrações em pessoas mais capazes, mais eficientes e sobretudo mais felizes. Como se diz agora lá para os lados da Madeira: Fuck them! - parece que assim em Inglês não trás consequências-

2- Vamos parar todos à terra dos pés juntos, agora uns chegam lá antes de tempo, outros até já podiam ter ido e faziam um afavor à Humanidade.

3- Este é o formato em que os gatos se sentem como "peixe na água" principalmente o RAP que têm a experiência do "Governo Sombra" na TSF.
Creio que o Candidato Sócrates esteve melhor que a candidata Manuela- sorrir não está mesmo no sangue- mas provavelmente o que se sairá melhor será o Portas e posso estar enganado mas o Jerónimo pode ficar a apanhar bonés ou papéis ou outra coisa qualquer.

4- Neste caso foi erro nos testes de aptidão, de deveriam ter dado:
Magnífica carreira na animação nocturna de espaços " alternativos".

5- A dúvida só por si é salutar, mal de nós quando deixar-mos de pôr a vida as as nossas opções em causa.
Agora o que ganhas? Ganhas o prazer de dormir de consciência tranquila, de saber que dás o teu melhor e o mais importante, gostas realmente do que fazes- mesmo sem horários das 9 às 5- o dinheiro não é tudo e palmadinhas nas costas também não.

6- Epá é desta é que sai a proposta milionária para pousares para a revista...

That's all folks!

Cristina disse...

Meninos Maldonado, PJ e Metade menoooosssss, muito menos... não quero posar para a revista :))

Posso ter muitas qualidades, mas fotogenia não é, de todo, uma delas. Mas pensava duas vezes quanto a uma oferta para ir trabalhar para lá :P

Obrigada pelos vossos apontamentos aos meus próprios apontamentos. Gosto sempre de vos "ouvir" ;)

Beijooooosssss

Unknown disse...

Viva Cristina eu ponho o dedo no ar..."dúvidas profissional-existenciais?" quase sempre as tive.
Até quando a minha profissão era "estudante" vê lá... No entanto tudo era mais fácil nesse tempo confesso.
Hoje laboro num meio que uns chamam "ciência" e outros até dizem que ainda não trabalho, estudo.
Até já desisti de explicar à minha mãe o que raio de "profissão" esta que se chama doutoramento.
No ano passado numa reunião familiar ela disse a um tio mais intrometido. "o meu filho? anda a estudar para ser doutor, mas não daqueles que ajuda pessoas...."

A questão que perguntas é uma das que me mais de chateia a cabeça. No entanto, por alguma razão inexplicável, sinto-me bem a fazer o que faço (não sentes tu o mesmo?). Já que a racionalidade não me ajuda, vou seguindo os prazeres instintivos da minha profissão...

L

Sadeek disse...

Entrevistar o director da Playboy?! E ele vem acompanhado da Liliana Queiroz?! Se assim fôr deixa-me ir contigo, como assistente ou o que quer que seja...AHAHAH

BEIJOOOOOOOOOOOOO

Cristina disse...

Luís, não fico chocada, porque sou daquelas pessoas que se pudesse tinha continuado a estudar 'ad eternum'. Sempre fui muito agarrada aos livros, mas o apelo da profissão foi mais forte :)
Não é fácil - nem por um segundo - mas realmente, até este momento, preenche-me totalmente. Não seria capaz de ser outra coisa. Dúvidas vou ter sempre, contudo. Acho que é uma faca de dois gumes.

Sadeek, mete-te na fila. Deves pensar que és o primeiro a ter essa brilhante sugestão :P

Beijoooossss

 

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