Só agora - 23h35 - é que estou sentada, calma e tranquilamente, ao computador e a ler tudo o que se escreveu sobre a manchete do Diário de Notícias. Veredicto: hiper-grave. E este vai ser um dos meus posts mais sérios de sempre.
A primeira coisa que me vem à cabeça é: como é que o DN teve acesso àquele (suposto) email do Luciano Alvarez ao Nóbrega? No meu mail de trabalho, só eu é que mexo e só alguém com más intenções ou com adevida autorização é que abre a minha conta. Mas o SIS?? Não me parece. Também acho muito estranho que o mail - se verdadeiro - venha a público uma semana antes das eleições e um mês depois da história ter sido lançada pela primeira vez. E ainda mais confusão me faz tendo em consideração que aconteceu no ano passado. A justificação dada pelo José Manuel Fernandes (JMF), director do Público, é contundente: investigação (*).
A segunda coisa que me ocorre é: como foi que o tal Rui Paulo da Silva Figueiredo - o "infiltrado", chamemos-lhe assim - se integrou na comitiva do presidente à Madeira? Aliás, não me espanta que elementos dos gabinetes ministeriais acompanhem visitas do PR, mas porque razão foi ele convidado a sentar-se na mesma mesa do presidente? Normalmente, esses convites não são feitos levianamente. Alguém o pôs lá.
A terceira coisa que me ocorre é: a ser verdade toda esta história, o facto do PR ter suspeitas sobre o PM é muito grave. Talvez mais grave do que muita gente pensa. Não estamos em condições do chefe do Governo e o rosto do País estarem de candeias às avessas.
E quarto lugar e falando na condição de jornalista: isto faz-me lembrar um pouco a história de Watergate. A história das fontes jornalísticas e do anonimato que cai sobre essa "figura misteriosa" que se ergue das sombras que dar a "cacha" (a manchete, a estória), a história das teorias da conspiração, o segredo que só dois ou três jornalistas profissionais - falo do Alvarez, do Nóbrega e do JMF - tudo isso mostra o poder que o jornalismo tem. É um caso que me deixa a pensar profundamente.
(*) Infelizmente, e porque o tempo anda contra nós, a investigação é um género jornalístico que não tem tido muita expressão. O tempo é um inimigo e o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira. E é mais fácil, desmentir amanhã uma notícia do que investigar a fundo. E é pena.
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