27 de outubro de 2017

Aprender sem ti, Mãe!

(Tenho o Henrique a dormir tranquilamente ao meu lado. 
É a tranquilidade dele que me vai acalmando, em certa medida)

Estas duas últimas semanas têm sido portentosas. Demasiadas memórias, o aproximar dos dois meses sem a minha mãe... a pedra tumular que foi colocada hoje. Escolher a pedra já tinha sido uma tarefa hercúlea, mas vê-la colocada... foi uma verdadeira chapada de realidade.

Estão quase a passar dois meses e ainda tenho - várias vezes - o reflexo de pegar no telefone e ligar-lhe. Fico com um aperto que vai da garganta ao peito, quando me apercebo do que acabei de tentar fazer... a voz dela fica a ecoar no meu cérebro durante um bocado e perco, por momento, as energias. Sento-me, depois molho a cara... e sigo!

Incrível como estes quase dois meses têm sido quase uma aprendizagem.

Uma mãe veste-nos, alimenta-nos, ensina-nos os primeiros passos e as primeiras palavras... e agora? Quando a nossa referência desaparece? Eu não sou só a Cristina. Eu sou a mãe do Henrique. Eu sou a filha da São e do Vitor, mas agora sem São. Qual é a minha identidade sem a pessoa que me deu a identidade? Sem aquela que me ensinou a andar, quais são os meus próximos passos? É isto que tenho de aprender; aprender a guiar-me sem a mão dela na minha mão..

Façam-me um favor: desliguem o computador, agora, e vão abraçar as vossas mães. Dava tudo para o puder voltar a fazer.


0 estrelinhas:

 

(c)2009 Estrelices. Based in Wordpress by wpthemesfree Created by Templates for Blogger