15 de novembro de 2011

Sobre a televisão pública e outros afazeres

Caro Ministro Miguel Relvas,

'bora lá sentarmo-nos e conversarmos como pessoas civilizadas. Portugal ter um serviço de televisão pública é uma boa ideia. Isso é ponto assente, e julgo que o senhor que também vive neste País, vai concordar comigo.

Juntar RTP África e RTP Internacional é que não me parece nada bem. Nem acabar com a RTP Informação. Ou com a RTP Memória.

O senhor tem viajado ou visto a RTP1 ultimamente? Tem?! Não parece. O senhor já se apercebeu que nos programas de domingo à tarde, os apresentadores mandam sempre beijinhos para as pessoas que vêem televisão através da RTP Internacional?! Pois é... porque, curiosamente, há portugueses a viver lá fora e, parecendo que não, isto de haver uma emissão em português para eles fá-los sentirem-se "em casa". E só Deus sabe como é boa essa sensação...
E o mesmo se passa com os nossos companheiros em África. Gostam de saber que a RTP-mãe tem um filho que fala directamente para eles.

Quer mesmo falar da RTP Informação, senhor Ministro? Tem a certeza?! Eu vou-lhe contar um sonho que tinha com frequência quando era uma jovem estudante de comunicação social: queria trabalhar na informação da RTP. Porque acho que é a estação que tem a melhor "escola" possível nessa área. Porque os profissionais são de excelência. Porque tem um arquivo informativo de fazer inveja a muito bom patrão de estações privadas.

"Nos tempos da velha senhora" - quando vivia com os meus pais e tinha muitos canais de televisão, entenda-se - sabe quem é que me "safava" quando estava farta de fazer zapping? Era a RTP Memória, porque passava aquelas séries fabulosas de quando eu era mais "piquinina": via o McGyver, o Poirot, o "Crime disse Ela", and so on...

O problema, senhor Ministro, não é a RTP, nem as Antenas radiofónicas... o problema, senhor Ministro, são as pessoas que minam o serviço público de televisão e de rádio e que querem acabar, à bruta, com a pouca seriedade que ainda existe no universo RTP.

Os outros países - aqueles, os civilizados e que não têm problemas de liquidez financeira - também têm estações públicas de televisão e de rádio. Por exemplo, (e fica só mesmo um, senhão não páro de escrever...) em que outra estação, que não a Antena 1, eu saberia o significado de expressões como na rubrica "Lugares Comuns"?

Senhor Ministro, sente-se, beba mais um cházinho, acalme-se e organize as ideias; mais tarde, voltamos a conversar.

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