Foi uma vontade

Hoje, deu-me uma enorme vontade de voltar ao 'Portugal dos Pequenitos'... não sei porquê. Acho que foi no autocarro. Uma mulher queixava-se da vida que levava. Dei por mim, a olhar para a criança que ela tinha ao lado, e que, enquanto ela se queixava, ele pedia docemente por um rebuçado. Tinha o narizito sujo e ela nem se deu conta, de tal forma que estava embrenhada na sua missão de se queixar da vida. 

Ou talvez tenha sido reflexo da semana. Uma semana em que, todos os dias, uma criança romena ia pedir esmola no local onde costumo almoçar. Já não a consigo olhar sequer. Sinto um misto de repulsa e de pena. Porque é sempre a mesma miúda, porque sei que o dinheiro é para bolos, porque sei que faz caretas aos clientes do self-service e porque representa um universo de miséria. 

Ou talvez seja ainda reflexo de quando assisti a uma cigana a abanar o filho como se ele fosse uma centrifugadora. O bebé, na alcofa, chorava desalmadamente... só consegui pensar "se ele fosse meu filho...". Apeteceu-me tirar-lhe aquele filho que chorava, talvez por frio, talvez por fome, talvez porque tinha a fralda suja... imensos 'talvez' vêm-me agora à mente.

Hoje, deu-me uma enorme vontade de voltar ao 'Portugal dos Pequenitos'... não sei porquê.

Adiantando-me aos 'pedinchões' do costume

Querido Pai Natal:

Sim, eu sei que ainda estamos em Outubro, mas queria relembrar-te o início de ano de merda que tive e alegar (para memória futura) que mereço mais que ninguém uma prenda em condições.

É bom que te lembres que este ano não tive prenda de anos e que passei semanas infernais quando a minha mãe esteve no hospital. É bom que te lembres que cheguei a uma dada altura em que estava a trabalhar para três sítios diferentes. É bom que te lembres que só este ano, já houve três acidentes na família. 

Isto não é uma ameaça, mas eu tenho uns amigos que conhecem umas pessoas, que conseguem fazer com que tudo pareça um acidente. Percebeste?

Por isso, e não peço muito (por agora), quero uma lingerie nova gira e o novo livro do Saramago, que ainda está por sair. Entretanto, vou-me lembrando de mais umas coisas. Depois, comunico-te, combinado?

Para bom entendedor...

Conversas 1

- E como é que notaste isso?
- Pela forma como ele olha para ti: como se nada mais existisse em seu redor, como se fosses única...

Janta Blogueira 2 - edição Póvoa do Varzim

O Pensador convocou-nos e dissemos "presente". Fomos pouquinhos, mas de uma qualidade acima da média. Eramos apenas sete blogueiros, mais um por afinidade. Oito pessoas no total a jantar.

Gostava de encontrar as expressões correctas para aplicar ao fim-de-semana, mas agora percebo as dificuldades sentidas pelos meus queridos aquando do jantar em Leiria. Sim, percebo a vossa dor e solidarizo-me.

Tivemos sorte com o tempo: um belíssimo fim-de-semana de sol e calor (parecia Agosto, juro pela minha saúde). O Pensador foi o melhor dos anfitriões. E o resto da 'maralha'... bem... fiquemo-nos pelo Pensador.

Sinceramente, acho que preciso de mais algum tempo para digerir algumas situações. E ficámos a saber que cabem, à vontade, sete pessoas dentro de um Citröen C1. Mas à larga.

Quem não foi... cruzem informações. A Ni já postou um pedacinho de resumo.

Desafios e prémios

Tenho coisas pendentes. O desafio que a Djinn me propôs há séculos e a exibição de um prémio que me ofertaram. Vou por ordem cronológica. A Djinn pediu-me que enumerasse os cinco filmes e as cinco músicas que mais significam para mim. Coisinha complicada. Tenho muitooooossss. Tive de fazer uma selecção.

Cinco filmes:
1 – Tráfico Humano
2 – Kill Bill (os dois volumes)
3 – O Padrinho (os três)
4 – O Pianista
5 – Shrek

Cinco canções:
1 – Always, dos Bon Jovi
2 – Agora já é tarde, dos Donna Maria
3 – Uma musica brutal, dos Gotan Project
4 – Garota de Ipanema, Vinicius de Moraes
5 – Bohemian Rapsody, dos Queen

O Requiem e a Ni atribuíram-me o prémio "Dardos". Reza assim o regulamento:

O Prémio Dardos reconhece o valor de cada blogger ao transmitir valores culturais, éticos, literários ou pessoais e que de alguma forma demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto naquilo que escrevem. Por outro lado, esta é também uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.
Quem recebe o Prémio Dardos e o aceita deve seguir algumas regras:
1 - Exibir a imagem;
2 - Linkar o blog pelo qual recebeu o prémio;
3 - Escolher quinze outros blogs aos quais entregar o Prémio Dardos.

Obrigadão, ó borrachos!! Vou tentar não repetir nomeações e variar um bocadinho dos habituais premiados.

Felizes contemplados: Hannah, João (Eremitta), Manuel, Sadeek, Mik@, Sinemas, Maryposa, Pall Mall, Anuska, Blue, Tinta, Cor do Sol, João, Pedro Barata e D. Bombocaa, apesar de ter desaparecido com o seu 'Mau Feitio'.

Rescaldo do fim-de-semana

Como se puderam aperceber, na sexta-feira, tive o pior dia da minha vida. O dia começou a correr mal logo de manhã com o acidente e prolongou-se até à tarde. Nem no jornal, as coisas correram bem. Amaldiçoei o dia mais de 500 vezes. Só descansei quando, finalmente, me pus debaixo do chuveiro e senti a água quente a correr por mim.

No fim-de-semana, estive a trabalhar. Fiz a cobertura de um torneio infantil de futebol. A alegria contagiante dos miúdos equilibrou as discussões que tive com um dos colegas que estava a fazer o trabalho comigo. Saltei com os miúdos, meti-me de joelhos para falar com eles, fui sufocada por eles, fui miúda com eles... chorei com os vencidos, e alegrei-me com os vencedores. Há coisas que valem realmente a pena.

E fui mimada. Muito. E isso é bom. Muito bom! Por algumas horas, troquei um monte de chatices e dores de cabeça por uma mão cheia de mimalhices.

Vamos fazer uma oração ao sobreiro

Aquele que me salvou a vida esta manhã. Aquele que me aparou a queda. Aquele que impediu que eu caísse por uma barreira abaixo. Vamos todos agradecer, por só me ter despistado e não ter capotado (e quiçá, partido o pescoço).

Sobrevivi ao meu primeiro acidente de carro. E não tenho sequer um arranhão para ajudar a contar a história. 

Mas chega de conversa. 'Bora fazer uma oração ao sobreiro 'mai lindo da orgulhosa nação picotense. 

Não podia deixar passar em branco

Faz hoje 10 anos que José Saramago foi Nobel da Literatura e, ontem, terminei de ler o livro 'Intermitências da Morte', que ele dedicou a "Pilar, a minha casa".

Coincidência? Sim, sem dúvida.

É um dos meus escritores favoritos? SIM. E parabéns a este Senhor de 86 anos.

Não pode ser bom, pois não?

Arrepios de frio, nariz entupido, alguma tosse e cansaço generalizado, não podem ser prenúncio de nada de bom, pois não?

Das duas uma: ou é uma constipação, ou é uma praga que alguém me rogou. Voto na segunda, porque constipação é bicho que não me pega há mais de um ano. 

Se aparecer morta numa valeta, é porque falei demais esta semana

Num passeio pela TV Cabo no meu diazinho de folga, apanhei o advogado de defesa do Mário Machado a tentar justificar o porquê de achar injusta a condenação do indivíduo. A peça incluía também declarações do presidente do PNR, José Pinto Coelho. 

Não sei se me vou rir do facto de, na mesma frase do advogado, terem surgido as expressões "bagatelas penais" "alegada discriminação racial e alegada posse ilegal de arma" associadas a "não justificam 4 anos e 10 meses de prisão" e a "vamos recorrer". Ou se me vou rir do líder do partido que disse "enquanto os nacionalistas são perseguidos, há criminosos à solta". 

Depois do cartaz parvo, que ainda por cima é copiado, vêm estas afirmações aos media portugueses. E sem esquecer a saudação nazi à saída do tribunal. Nunca me ri tanto como agora.  

Agora a sério: eles acham mesmo que têm expressão?

Eu sei que me vão dizer que estou a dar demasiada importância a indivíduos que não a merecem, mas o que querem que faça?! 

É a festa das praxes!!

Na Sic está, neste momento, a passar um debate sobre praxes académicas. Embora reconheça que há energúmenos que exagerem e humilhem os caloiros, não podemos tomar o todo pela parte. Fui bem praxada e praxei bem.

Em conversa com a minha mãe, recordei as melhores praxes que tive: fazer de fazer uma declaração de amor, em rima cruzada e emparelhada, a um sinal de trânsito proibido chamado Godofredo, matar uma formiga de susto e jogar volei com as sapatilhas. Ainda no campo das declarações de amor, tive de declarar amor eterno a um veterano de outra escola... de costas! Sem esquecer que fui 'parteira' no átrio da escola e que o 'grávido' que me calhou em sorte era muito mau actor.

Foram praxes engraçadas. Devido ao facto de ser um curso novo, não tínhamos semi-doutores, logo quem nos praxou foram alunos de outro curso. Foram impecáveis e desdobravam-se em mil cuidados para nos ajudarem. Recordo-me que nas primeiras semanas, um dos meus quatro padrinhos fez-me uma visita guiada pela escola.

Quando chegou a minha vez de ser 'tirana', optei por não o fazer. Participava nas praxes, mas nunca gritei ou ordenei impropérios fosse a quem fosse. Não me senti humilhada, logo não o fiz. Uma coisa engraçada, é que os meus caloiros só me conheciam pelas pernas; cada vez que ia de calças para as aulas, ignoravam-me. Provavelmente, a nossa Mik@ foi praxada por mim - não me lembro, confesso. Ela pode falar da sua experiência enquanto caloira de CSEM.

Mik@, deixo-te o desafio!

Será que já falei nisto?

Não me lembro se já disse que o pessoal do PNR me irrita de morte e me provoca comichões nas mãos, nos punhos e na ponta do pé, que só passariam com umas valentes bofetadas, murraças e pontapés em cada um dos militantes.

Já viram o idiota do novo cartaz? Estes gajos não desistem de ser parvalhões até à medula?