Sou católica e vou votar "sim"... o voto é secreto, bem sei, mas nada tenho a esconder e assumo os meus actos. Nunca escondi nada e não vai ser agora que vou começar. Porquê iniciar assim o post de hoje? Ouvi na rádio uma notícia que me deixou de queixo caído... alguns padres ameaçaram de excomunhão os fiéis que votassem a favor da despenalização do aborto.
É impressão minha ou esta será talvez a mais parva ameaça de todos os tempos? Será que esses padres ainda não se aperceberam que a Igreja Católica está, progressivamente, a perder a influência que tinha em tempos idos? Vou parar ao Inferno se votar "sim"? Vou deixar de ser boa pessoa se votar "sim"?
O que me chateia no meio de toda esta questão são os falsos moralismos. Existem pessoas que são pessoas extremamente activas nas suas Paróquias: pertencem ao coro da Igreja, dão catequese, fazem cursos de Cristandade... mas falam mal da vizinha, cochicham a roupa desta ou daquela durante a Eucaristia, não ajudam um triste que lhes peça auxílio na rua e vão votar "não"... merecem essas pessoas comungar durante a Eucaristia Dominical? E eu não... ok! Não pretendo, de forma alguma, dizer que sou melhor pessoa que o sr. Fulano ou a sra. Sicrana, mas assumo a minha condição de humana... de pessoa falível... mas com ideias próprias. E se tiver de ir parar ao Inferno e ser expulsa da comunidade cristã por votar "sim", serei... mas de consciência tranquila.
Tinha prometido a mim mesma que não ia falar sobre este assunto no blog, mas há coisas tão ridículas que tive de ser infiel a mim mesma e abordar o tema.
É impressão minha ou esta será talvez a mais parva ameaça de todos os tempos? Será que esses padres ainda não se aperceberam que a Igreja Católica está, progressivamente, a perder a influência que tinha em tempos idos? Vou parar ao Inferno se votar "sim"? Vou deixar de ser boa pessoa se votar "sim"?
O que me chateia no meio de toda esta questão são os falsos moralismos. Existem pessoas que são pessoas extremamente activas nas suas Paróquias: pertencem ao coro da Igreja, dão catequese, fazem cursos de Cristandade... mas falam mal da vizinha, cochicham a roupa desta ou daquela durante a Eucaristia, não ajudam um triste que lhes peça auxílio na rua e vão votar "não"... merecem essas pessoas comungar durante a Eucaristia Dominical? E eu não... ok! Não pretendo, de forma alguma, dizer que sou melhor pessoa que o sr. Fulano ou a sra. Sicrana, mas assumo a minha condição de humana... de pessoa falível... mas com ideias próprias. E se tiver de ir parar ao Inferno e ser expulsa da comunidade cristã por votar "sim", serei... mas de consciência tranquila.
Tinha prometido a mim mesma que não ia falar sobre este assunto no blog, mas há coisas tão ridículas que tive de ser infiel a mim mesma e abordar o tema.
5 estrelinhas:
Cristina, para completares a tua opinião dá uma olhada no blog Estados Gerais do JA Mostardinha(tem link no meu blog) onde está um texto de um padre a favor do aborto.
Sáo critérios e opiniões que esclarecem as coisas. Como cristão tb sou contra, mas socialmente há infelizmente situações aberrantes que merecem alguma ponderação.
Beijokas e espero que esteja tudo bem contigo!!!!
É caso para dizer «Deus a abençoe!»
Cristina:
Constato que ainda muito neste país vive à sombra do salazarismo, haja pachorra! Não será essa ameaça de excomunhão uma espécie de censura ditatorial, uma sombra da PIDE?
Bjs.
Também sou católico, mas vou votar NÃO. Porquê? Não me quero estender muito, porque sinceramente estou farto de tanto debate. O importante é que cada um vote em consciência. A minha diz-me para votar NÃO.
Ambos os lados são contra aborto e penalização da mulher (ponto). Ora, se o principal objectivo do referendo, segundo Sócrates e seus pares, é despenalizar/descriminalizar a mulher, não havia necessidade de um referendo. Há alterações que se podem fazer à lei. Na minha óptica, “sim” é caminhar no sentido da desresponsabilização e de um “novo” método contraceptivo legal…
Uma vez que o Estado me quer ir ao bolso, prefiro que o faça incentivando e apoiando as mulheres com gravidezes de risco e/ou solteiras, no sentido de acolherem as crianças ou, por outro lado, darem-nas para adopção (além de combater a baixa natalidade que se verifica em Portugal e que o próprio Sócrates já lamentou – politica contraditória – promoveria e agilizaria a adopção por casais inférteis, por exemplo). Mas não, nem isso faz! Também não é de estranhar, das mais de 60 instituições que acolhem a mães solteiras e apoiam gravidezes de risco, ZERO são do Estado. Praticamente todas são da Igreja, institutos religiosos…
Por falar em Igreja, e se estás mesmo decidida nesse sentido de voto, fica sabendo que Deus te ama como tu és – a maior descoberta que fiz até hoje! Faças o que tu fizeres… Porque te ama, faz-te livre. Agora o uso que fazes dessa liberdade, acarreta consequências… O eventual “mau uso” serve para, por vezes, nos darmos conta que somos limitados, fragéis. E é aos débeis que a Igreja tem dado particular atenção, por isso, defende a vida; por isso, é contra o aborto, porque, tão ou mais importante que a mulher, é o que está no seu seio, em crescimento, que não se pode defender.
Gostei de partilhar estas linhas contigo (qual José Gabriel Quatesma :)…).
Só para pôr um ponto final, neste tema, finalmente acaba hoje a campanha.
Obrigada pelos vossos comentários!
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