27 de novembro de 2009
26 de novembro de 2009
Jornalismo ou prostituição?
Estamos em crise. Toda a gente já reparou nisso. É inevitável. Até a pessoa mais desatenta do Mundo consegue compreender que a época não está para brincadeiras. Um jornal não foge à regra. Há contas para pagar, há funcionários que precisam dos ordenados, há serviços que têm de ser cobrados, etc, etc, etc.
E o DL Times não é excepção. Todos os finais de mês, percebe-se quando estamos prestes a atingir o famigerado 'cash-flow' positivo. Mas há meses melhores que outros e nós não somos o Correio da Manhã. E a receita mensal é sempre a mesma: cobrar, cobrar, cobrar, fazer assinaturas, fazer contratos de publicidade... and so on.
Mas há coisas que me apoquentam todos os finais de mês. Mais do que saber, em que dia, cai o ordenado, é a capacidade do departamento comercial em vender notícias. Têm clientes. Clientes entram com dinheiro. Clientes 'choramingam' contrapartidas. Vendedoras vendem publicidade a troco de notícias. E volta e meia lá vem o e-mail a "pedir" para serem feitas notícias sobre loja/bar/restaurante/salão de cabeleireiro que remodelou instalações, ou fez 9 anos e seis meses, ou que passou a ter música ao vivo.
Enquanto jornalista, apesar de compreender que esta notícia significa mais uns quantos euros para o bolo, sinto-me defraudada, aprostituzada, desmotivada quanto à minha verdadeira missão: informar o meu leitor de eventos, efectivamente, importantes.
Esta semana, foi demais. Cheguei ao cúmulo de perguntar em cada manhã ao novo chefe: "S. o que é que tens para aí encomendado?!". Se não fosse tão ridículo, dava vontade de rir, até porque, nós, jornalistas, somos obrigados a perceber o que motiva o departamento comercial, mas aquelas cabecinhas não fazem um mínimo de esforço para perceber o nosso compromisso enquanto jornalistas.
23 de novembro de 2009
Problemas de Expressão
Dei por mim a ouvir os podcasts de algumas rubricas que passam nas diversas estações de rádio. Comecei pela nova 'Caderneta de Cromos', da Rádio Comercial, da autoria de Nuno Markl (simplesmente uma delícia), depois passei à 'Janela Indiscreta' de um dos meus comunicadores de eleição, Pedro Rolo Duarte.
E apercebi-me que, passei o dia a ouvir. A ouvir 'O amor é...', a ouvir gente a discutir, a ouvir pessoas a dizer "a doutora está em reunião", a ouvir o som de buzinas, porque os semáforos da cidade estão desligados há uma semana, a ouvir o ruído da estática a caminho de casa, a ouvir o som da água a correr para a banheira, a ouvir-me a cantarolar dentro de água... depois a ouvir os programas.
Ouvi muito e expressei-me muito pouco. Grave, em quem ganha a vida a comunicar.
Música que me acompanha: Clã - Problema de Expressão
19 de novembro de 2009
O dia em que 100% da minha vida correu bem
- abri o mail e já lá tinha três sorrisos magníficos;
- a directora informou-me que o estágio profissional já estava aprovado (depois de cerca de oito meses de espera);
- ao fim do dia, bebi café com o ex-chefinho e com os restantes 66% da minha motivação laboral e percebi que, realmente, os amigos são o melhor do mundo;
- estava a fazer zapping pela rádio, enquanto conduzia (feliz) para casa, e ouvi algumas das minhas músicas favoritas quase de seguida;
- todos os dias, me apaixono mais um bocadinho pelo menino mais lindo.
Dicionário de Português - Português
sonhar
v. intr.
1. Ter um sonho ou sonhos.
2. Fantasiar; devanear.
3. Ter ideia fixa.
4. Cuidar em.
5. Pensar com insistência em.
v. tr.
6. Ver em sonhos.
s. m.
7. Sonho.
Um destes dias, acordei em sobressalto. Não foi um pesadelo. Foi um sonho que me deixou atordoada. Acordada, perguntei-me: "foi mesmo um sonho, ou isto passou-se realmente comigo?". Era demasiado bom. Só podia ser mesmo um sonho.
v. intr.
1. Ter um sonho ou sonhos.
2. Fantasiar; devanear.
3. Ter ideia fixa.
4. Cuidar em.
5. Pensar com insistência em.
v. tr.
6. Ver em sonhos.
s. m.
7. Sonho.
Um destes dias, acordei em sobressalto. Não foi um pesadelo. Foi um sonho que me deixou atordoada. Acordada, perguntei-me: "foi mesmo um sonho, ou isto passou-se realmente comigo?". Era demasiado bom. Só podia ser mesmo um sonho.
15 de novembro de 2009
Passado em caixotes. Um álbum de futuros.
Volta e meia, dou uma volta pelo quarto e faço uma selecção do que fica ou não fica "à mão de semear". E todas as vezes que faço isso, tenho a leve sensação que encaixoto pedaços do meu passado, recente ou não. Escondidinhos e longe dos olhares indiscretos permanecem certos bocadinhos quase insignificantes da Cristina de há uns meses, ou anos.
Hoje, olhei para fotografias e desejei ardentemente construir novos álbuns com imagens dos tempos que correm. Destes tempos em que estou tão feliz.
Hoje, olhei para fotografias e desejei ardentemente construir novos álbuns com imagens dos tempos que correm. Destes tempos em que estou tão feliz.
Por isso, lanço um apelo a todos vocês que me lêem: enviem-me fotografias vossas. Cópias de imagens em que são felizes. Quero construir um álbum de sorrisos. O email está ali ao lado.
13 de novembro de 2009
Toques, sabores e sons
A chuva cai lá fora. Oiço os pingos a baterem na janela. Nasce-me uma vontade quase louca de sair e gritar. Porque é só isso que me apetece: gritar, para libertar todo o ruído que ocupa espaço no meu corpo.
Toda uma estranheza de sentimentos que me invade: gosto, não gosto, quero, não quero, durmo, acordo, tenho fome, tenho sede, espero e desespero. Vivo.
Música que me acompanha - Leonard Cohen: In My Secret Life
Toda uma estranheza de sentimentos que me invade: gosto, não gosto, quero, não quero, durmo, acordo, tenho fome, tenho sede, espero e desespero. Vivo.
Música que me acompanha - Leonard Cohen: In My Secret Life
Aviso desde já...
... que se alguém me andar a escutar, as últimas chamadas que fiz foram para a minha mãe e para um professor que me ia dar umas informações. Mais que isso, é mentira. Esclareço já, para evitar que os senhores do DIAP percam tempo comigo.
9 de novembro de 2009
A Cry 4 Love
Estou?
Estás aí?
Consegues ouvir-me?
Tive o sonho mais estranho de sempre, ainda está vivo na minha cabeça.
Estávamos dentro de um carro, mas nenhum de nós estava a conduzir. Estávamos os dois no banco de trás e o volante virava devagar à medida que o carro avançava.
Tu olhavas para mim silenciosamente, a tua mão na minha, senti que querias dizer-me qualquer coisa.
Parecias distante, tinhas um sorriso imensamente triste. De repente, abriste a janela do carro e entraram centenas e centenas de pássaros de todas as cores.
Entrei em histeria e, no meio daquela confusão, tu disseste uma coisa que soou como um sussurro.
"Não tenhas medo", disseste.
"Não tenhas medo".
E depois, acordei.
Estou?
Estás aí?
Por favor, atende.
Retirado do trailler 'A Cry 4 Love' de David Fonseca (2009)
5 de novembro de 2009
O dia em que o meu mundo abanou II
O Piolho era para ser operado no início da semana. Não foi. Era para ser na terça-feira. Não foi. Era para ser na quarta-feira. Não foi. Era para ser hoje. Imagine-se: foi cancelada.
O Piolho tem 13 anos e deve estar numa pilha de nervos. Os pais estão numa pilha de nervos. Os avós estão numa pilha de nervos. Tios, primos e padrinhos estão numa pilha de nervos. O Piolho vai ser operado de peito aberto. Há muito tempo que não me sentia tão inquieta. Vai tudo correr bem, mas não consigo evitar.
O Piolho tem 13 anos e deve estar numa pilha de nervos. Os pais estão numa pilha de nervos. Os avós estão numa pilha de nervos. Tios, primos e padrinhos estão numa pilha de nervos. O Piolho vai ser operado de peito aberto. Há muito tempo que não me sentia tão inquieta. Vai tudo correr bem, mas não consigo evitar.
3 de novembro de 2009
Foi naquela noite
Foi naquela noite - quando me deste a mão, me puxaste para ti e colocaste os teus braços em torno dos meus ombros - que me senti segura. Foi naquela noite que um gesto valeu por mil palavras elevadas ao cubo ou imagens a três dimensões.
Música que me acompanha: Betty Wright - Tonight is the Night
Música que me acompanha: Betty Wright - Tonight is the Night
1 de novembro de 2009
Gran Canária ou o Pequeno Continente
Dois hotéis de cinco estrelas. Uma semana de mordomias. Um relações públicas alemão gay. Um concierge espanhol com instinto paternalista. Uma suite quatro vezes maior que o quarto que habito. Vista para o mar. Vista para a piscina. Uma flute de champanhe como boas-vindas. Um chocolatinho na mesa de cabeceira. Uma cesta de frutas, com uma nota de boas-vindas personalizada. Um passeio em alto mar para ver golfinhos. Uma águia americana que quase me arrancou a cabeça. Temperaturas superiores a 25 graus. Uma vista para um resort de luxo. Um mergulho na piscina com água a 28 graus. Pequenos-almoço fantásticos. Uma música dedicada por um trio espanhol que animava a noite no hotel. Um guia que nos tratava por "muchachos". Um motorista que odeia espanhóis. Uma aldeia com 50 habitantes, incrustrada na parede de uma montanha. E dunas.
Passeios intensos por Las Palmas. E Teror. E Maspalomas. E Puerto Mógan. E Tejeda. E Bandama. E Valleseco. E Fataga. E Arucas. E Doramas. E por muitos outros locais.
O melhor mesmo é parar por aqui. Desde o dia 21 que fui tratada como uma verdadeira princesa. E é assim mesmo que me sinto.
Catedral de Las Palmas
Localidade de Teror
Vista do meu quarto no Hotel Seaside Hotel Palm Beach, em Maspalomas
Passeios intensos por Las Palmas. E Teror. E Maspalomas. E Puerto Mógan. E Tejeda. E Bandama. E Valleseco. E Fataga. E Arucas. E Doramas. E por muitos outros locais.
O melhor mesmo é parar por aqui. Desde o dia 21 que fui tratada como uma verdadeira princesa. E é assim mesmo que me sinto.
Catedral de Las Palmas
Localidade de Teror
Vista do meu quarto no Hotel Seaside Hotel Palm Beach, em Maspalomas