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Ultimamente, as quedas têm sido de rabiosque almofadado de fraldas, ou com um joelhito no chão quando mete a 5.ª, mas já deu 2 ou 3 aparatosas. Uma que me fez vir o coração junto ao palato e as lágrimas aos olhos.
Sabem aquela coisa que nos formiga no peito ao vermos o nosso bebé a aprender a andar (primeiro agarrado a nós, com as duas mãos, depois, só com uma, e por fim, sozinho, sem mãos a ampará-lo)? Aquela coisa de o ver pôr em prática algo que lhe ensinámos e que sabemos ser a evolução, o crescimento daquele serzinho "dez-réis de gente"...? Pois, é isso mesmo.
Perdemos tempo (como se alguma vez perder tempo com a nossa criação é, efectivamente, "perder" tempo...) a ensiná-los a virarem-se, a gatinhar, a andar... e depois, cai o Carmo e a Trindade: as primeiras quedas. Galos. Arranhões. Nódoas negras.
Os especialistas dizem que não nos devemos alarmar com as quedas. Que isso só os vai assustar mais e fazê-los chorar. Que as quedas fazem parte.
Mas vê-los a ir em queda-livre direitinhos ao mosaico da sala... não é uma sensação simpática. E é impossível não nos alarmarmos. Coração de mãe é alarmado por natureza.
E sim, já sei distinguir a queda que me faz dizer "não se passou nada... vá, levanta-te! A mamã dá tau-tau no chão maroto que fez o Henrique cair! Ai ai, chão maroto!" e que o faz rir, da queda aparatosa que me faz ir a correr para o congelador tirar gelo e metê-lo numa cabecinha magoada e chorosa... a queda que a mim me faz chorar por não ter estado com atenção naquele segundo e não a ter conseguido evitar.
Posto isto: quero almofadar o Mundo. Quem se junta a mim?
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