Há dias em que - perdoa-me, Senhor - tenho saudades de estar grávida. Viver a cena toda de novo sem os incómodos do choro incessante que se entranha no resquício mais profundo da massa cerebral.
Na sexta-feira, tivemos mais uma experiência. Daquelas experiências a que eu torcia o nariz quando ouvia falar: andar de carro para acalmar o bicharoco Henrique. E assim foi. Eram umas nove e tal da noite e nós a fazermos um percurso em Mem Martins, a queimar gasóleo para que ele dormisse. Era prisão de ventre a grande culpada do estado lastimoso da minha mini-dose.
Ontem, pânico novamente. O berreiro que não parava por mais beijinhos e miminhos que fossem dados. O Henrique contorcia-se, chorava - mummy meets cólicas e prisão de ventre. Em desespero de causa, acabei por comprar uns mini-clisteres para aliviar a cria (não foram usados). Ante a perspectiva de inserir qualquer coisa no corpo por outro local que não a boca, o bichinho optou por sujar a fralda, voluntariamente.
O pai foi o bombeiro de serviço para acalmar a criaturinha que ainda assim não queria dormir.
Depois disso, a calmaria. Uma noite tranquila. O sossego. O silêncio. Quando estava grávida não dormia, mas pelo menos não ouvia chorar horas a fim, por isso, perdoa-me Senhor, mas em dias de cólicas, preferia estar apenas e tão somente grávida.
28 de abril de 2013
24 de abril de 2013
Retalhos da vida de uma mãe - o peso
O Henrique é um bebé franzino. Mesmo antes de nascer, o médico dizia que seria um bebé pequeno. E assim é: magrito e "alto". E tem-me dado uma montanha de ralações na questão do peso. Proporcional aos centímetros que ele vai ganhando.
Quando nasceu tinha 2.510 kg, depois perdeu o peso que seria de esperar. Depois aumentou pouco. Depois, introduzimos leite artificial (LA) 3 vezes ao dia. Depois aumentou demasiado e reduzimos a dose de LA para metade. Depois voltou a perder peso e voltámos a duplicar a dose de LA. Depois aumentou pouco por alguma razão desconhecida (minha má alimentação? problemas de estômago? vírus? stress por causa de eventuais dores?). E reforcei o meu plano de refeições e de ingestão de líquidos e suplemento alimentar para produzir mais. E estamos assim.
E bolçava muito. Demasiado para meu gosto.
Entretanto, até já uma ecografia abdominal foi feita para despistar qualquer problema no estômago. E tenho na mão o pedido para uma análise à urina para ver se houve alguma infecção urinária que provocasse esta flutuação no peso.
Hoje, na 1.ª consulta de pediatria que tivemos, a médica voltou a dizer que o Henrique é magrinho. Eu sei. Eu vejo-o todos os dias. E também esta médica, que nos viu pela 1.ª vez, quer o peso do Henrique controlado. Sinto que tenho em casa um leitãozinho que é preciso engordar (não é à toa que lhe chamo bacorinho).
Sentir que um filho está com fome, ou que não mama o suficiente dá cabo dos nervos a qualquer pessoa. Não me posso enervar. É uma das condições que me impuseram. Mas é inevitável que me sinta frustrada por saber que ando a fazer tudo quanto posso (e que não posso) para que o Henrique aumente de peso e que as minhas expectativas sejam em tom de cinzento.
Pensava eu que, nesta altura do campeonato, podia deixar o meu mini-me dormir à noitinha, sem ter de o acordar para comer, mas não, não posso... o Henrique tem, OBRIGATORIAMENTE, que comer à noite. O meu ritual nocturno: acordá-lo, mudar a fralda, dar-lhe peito, pô-lo a arrotar, dar-lhe outro peito, pô-lo a arrotar - eventualmente, voltar a mudar a fralda - adormecê-lo, pô-lo na caminha e rezar aos anjinhos para que ele não acorde, até daí a 2 horas.
Mas... agora já sorri para os pais, e um sorrisinho dele faz aliviar, por um bocadinho, o aperto que tenho no peito quando sinto que ele não está totalmente satisfeito apesar de tudo.
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17 de abril de 2013
retalhos da vida de uma mãe
(mais uma vez, com o henrique atascado no meu colo, ou é berraria daqui à lua)
cada vez que o henrique chora, dói-me no coração. vejo a fralda, dou miminhos ou dou-lhe de comer - uma das três pára o berreiro - mas dói-me sempre.
o meu serzinho teve o rabinho assado. sempre que o mudava, ele chorava de dores, e eu derretia-me a dar-lhe beijinhos e a pedir-lhe desculpa por o estar a magoar.
agora, anda numa fase em que bolça este mundo e o que está para vir; e fico sempre com o coração nas mãos, porque tenho a constante sensação que ele fica com fome. esta noite, acordou desesperado, e muito antes da hora prevista, com fome. que mãe gosta de saber que a sua cria está com fome?
(agora... vou à minha vida, porque está na hora de um certo senhorzito se alimentar - dá-me a ideia que ele tem um relógio no lugar do estômago
. futuras mães, um conselho - e este é gratuito - vão perder muito tempo que antes tomavam como certo. organizem-se de forma a não tomarem o pequeno-almoço à hora de lanchar.)
cada vez que o henrique chora, dói-me no coração. vejo a fralda, dou miminhos ou dou-lhe de comer - uma das três pára o berreiro - mas dói-me sempre.
o meu serzinho teve o rabinho assado. sempre que o mudava, ele chorava de dores, e eu derretia-me a dar-lhe beijinhos e a pedir-lhe desculpa por o estar a magoar.
agora, anda numa fase em que bolça este mundo e o que está para vir; e fico sempre com o coração nas mãos, porque tenho a constante sensação que ele fica com fome. esta noite, acordou desesperado, e muito antes da hora prevista, com fome. que mãe gosta de saber que a sua cria está com fome?
(agora... vou à minha vida, porque está na hora de um certo senhorzito se alimentar - dá-me a ideia que ele tem um relógio no lugar do estômago
. futuras mães, um conselho - e este é gratuito - vão perder muito tempo que antes tomavam como certo. organizem-se de forma a não tomarem o pequeno-almoço à hora de lanchar.)
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10 de abril de 2013
vitamina d ou a vã tentativa de bronzear o puto (e secar a roupa)
(post escrito com o baby duarte vilela a dormir no meu colo. perdoem-me não existirem maiúsculas)
o primeiro mês de vida de um bebé é um mês perdido. ele é choro, ele é mudanças constantes de fraldas e de roupas, ele é alimentar a cria de 3 em 3 horas, ele é lavar a roupa que o "bacorinho" bolça ou onde está uma fonte de xixi. o pouco tempo que resta é dedicado ao descanso, senão não há corpo que aguente.
é ainda pior quando está um tempo miserável. em quase 4 semanas, dá para contar pelos dedos as vezes que saí de casa. queria espairecer, queria mimar o meu filhote com o sobejamente conhecido bom tempo português. queria que o henrique apanhasse sol, ar puro e que visse mais qualquer coisa para além das paredes de casa (não que ele veja grande coisa, mas vocês percebem a ideia).
o mau tempo instalou-se há semanas... eiiii, s. pedro, tens previsões para uma melhoriazita? o meu miúdo precisa de sol! e eu também. raciocino melhor quando há vitamina d no meu organismo.
o primeiro mês de vida de um bebé é um mês perdido. ele é choro, ele é mudanças constantes de fraldas e de roupas, ele é alimentar a cria de 3 em 3 horas, ele é lavar a roupa que o "bacorinho" bolça ou onde está uma fonte de xixi. o pouco tempo que resta é dedicado ao descanso, senão não há corpo que aguente.
é ainda pior quando está um tempo miserável. em quase 4 semanas, dá para contar pelos dedos as vezes que saí de casa. queria espairecer, queria mimar o meu filhote com o sobejamente conhecido bom tempo português. queria que o henrique apanhasse sol, ar puro e que visse mais qualquer coisa para além das paredes de casa (não que ele veja grande coisa, mas vocês percebem a ideia).
o mau tempo instalou-se há semanas... eiiii, s. pedro, tens previsões para uma melhoriazita? o meu miúdo precisa de sol! e eu também. raciocino melhor quando há vitamina d no meu organismo.
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4 de abril de 2013
Sou mãe-galinha ou o Henrique é o mais giro do Universo?
O Henrique é o miúdo mais giro do Universo. Não digo isto por ser mãe dele. É uma constatação simples. Basta olhar para ele e pensa-se logo: "Sem dúvida, este é o miúdo mais giro do Universo!".
Mas é manhoso e um castigo para o pôr a dormir. Há dias que nem eu própria consigo vencer a discussão "mas afinal quem é que manda aqui!". Basicamente, e resumindo, é ele quem manda. Abre berreiro e é vê-lo a ficar roxo e sem ar de tanto gritar. Não há beijinhos nem mimos que calem aquela pequena sirene.
Diziam que a vida de uma pessoa muda com um filho. Uma pessoa vai-se mentalizando que é assim mesmo. Desenganem-se: é pior! Nada, nem ninguém nos prepara para acordar às 4 da manhã e só voltar a dormir às 23h; nada, nem ninguém nos prepara para mudar uma fralda e 10 segundos depois vê-la a ser bombardeada com um xixi (or the number two, if you know what I mean) em forma de esguicho.
Mas... que se lixe: o meu filho é o mais giro do Universo!
Mas é manhoso e um castigo para o pôr a dormir. Há dias que nem eu própria consigo vencer a discussão "mas afinal quem é que manda aqui!". Basicamente, e resumindo, é ele quem manda. Abre berreiro e é vê-lo a ficar roxo e sem ar de tanto gritar. Não há beijinhos nem mimos que calem aquela pequena sirene.
Diziam que a vida de uma pessoa muda com um filho. Uma pessoa vai-se mentalizando que é assim mesmo. Desenganem-se: é pior! Nada, nem ninguém nos prepara para acordar às 4 da manhã e só voltar a dormir às 23h; nada, nem ninguém nos prepara para mudar uma fralda e 10 segundos depois vê-la a ser bombardeada com um xixi (or the number two, if you know what I mean) em forma de esguicho.
Mas... que se lixe: o meu filho é o mais giro do Universo!
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