Pensava que era mito, mas não: além de uma memória de peixinho, nós, as grávidas, seremos o equivalente humano à tartaruga.
Quando à noite, me despeço do meu excelso homem, e digo "boa noite, vou-me deitar" isso significa em português corrente: "daqui a 40 minutos, estou pronta para apagar a luz e tentar dormir!".
Vejamos:
no percurso entre a sala e o quarto, passo pela cozinha, vejo se está tudo pronto para o pequeno-almoço e aproveito e bebo o último copo de água do dia. Depois, chego ao quarto, e ainda volto à cozinha, porque, invariavelmente, não fiz alguma coisa. Volto para o quarto. Vou ao wc. Volto para o quarto. Entro na cama. Apago a luz. Volto a acender a luz e a ir ao wc. Volto para o quarto e para a cama, claro.
Entretanto, lembro-me que ainda não pus a roupa do dia seguinte a jeito. Acendo a luz. Levanto-me e preparo a roupa. Fico indecisa: volto para a cama ou faço uma última visita ao wc?! Em 90% das vezes, opto pela 2.ª hipótese.
Com isto tudo, já passaram mais de 35 minutos desde a frase "boa noite, vou-me deitar".
Até que me deito para, finalmente, dormir. Depois tenho frio. Puxo o edredão até ao nariz. Depois começo a ter calor. Tiro as meias. E mais calor. O edredão fica ao nível do peito (até que, a meio da noite, vai parar ao chão).

Até que acabo por adormecer, vencida pelo cansaço. No dia seguinte, repete-se a receita.
(imagem roubada daqui, apesar de me retratar na perfeição.)