'Vá lá ver...
As pílulas vão deixar de ser comparticipadas, bem como várias vacinas, entre as quais a do cancro do colo do útero. Aqui está uma medida que afecta, duplamente, a população feminina.
Podem ser tomadas nos postos médicos? Podem. Mas há um pormenorzinho interessante a ter em conta: a maioria das mulheres que compra a pílula e toma a vacina está em idade activa, logo trabalha, logo não se pode dar "ao luxo" de se reger pelos horários dos postos médicos, nem pelas "zoeiras" dos médicos de família / médicos de clínica geral e se lhes apetece ir ou não trabalhar.
Toda a gente sabe como funciona esta belezura de postos médicos. Toca a levantar o rabinho cedo da cama, para estar numa filinha lá p'las 6h30 / 7h da manhã para marcar uma consulta. Isto se se conseguir uma consulta!
Que mulher, nos dias de hoje, com emprego, filhos e afins tem vida para isto?! Sem falar no facto dos stocks da pílula serem limitados.
Diálogo fictício:
- "Ó freguesa, hoje leva Minigest, porque a Diane35 acabou há bocado!"
- "Mas... mas... mas..."
- "É pegar ó largar, menina, porque se não quiser, a menina aí atrás de si leva o resto!"
Haja bom-senso, é tudo o que peço! É lamentável que tenhamos chegado ao ponto que um direito que assiste qualquer mulher, como este da contracepção, seja metido em questão. E porque não, deixar tudo tal como está, quietinho e sem pedir pão a ninguém?! Hein?! Era uma ideia gira, não era?!
(catano... até a vacina do cancro do colo do útero, agora que tenho o pedido do médico assinado e carimbado?!)
3 estrelinhas:
por acaso não concordo contigo:
1 - as pílulas eram comparticipadas a quem apresentasse no acto da compra a prescrição médica. Ora, esta prescrição podia ser passada em centros de saúde (quem ia pode continuar a ir, mas agora apenas para adquirir) ou em médicos particulares (mas quem é que paga 80 € para lhe passar uma prescrição de algo que sem comparticipação custa muito menos?). Outra alternativa é ter médicos amigos, mas não vou por aí porque isso já tem a ver com deontologia na profissão.
2 - A maior das mulheres já comprava a pílula sem prescrição médica, ou seja, sem ser comparticipada, logo não vai fazer a diferença.
3 - Relativamente às vacinas, as mesmas podem ser adquiridas/tomadas no centro de saúde. Claro que existe a questão do stock, mas isso não não tem nada a ver com o facto de serem ou não comparticipadas, mas sim de logística ou gestão.
Portanto, creio que é um histerismo levantado acerca desta situação, na medida em que não houve qualquer perda.
Histerismo ou não, Miguel, a verdade é que isto "mexe" com alguns hábitos enraizados.
Não sei - nem me interessa, para ser ainda mais honesta - quanto é que o Estado vai poupar ou deixar de poupar nesta "operação", quando existem muitas mais coisas onde podem cortar.
Eu sempre comprei pílula com receita médica. Ia a uma consulta de ginecologia, passavam-me a receita para uns 6 meses e lá ia eu toda pimpona a uma farmácia levantá-la. Isto tudo porque, infelizmente, os centros de saúde não tinham horários que me permitissem ir a uma consulta de planeamento familiar - o que me "exigiram" para me puderem fornecer a tal pílula de forma gratuita. Era impossível...
Não faço ideia do preço da minha pílula sem receita - graças à invenção de não colocarem os preços nas embalagens - mas sou sincera quando digo que não me chateio nada em pagar 2 ou 3 euros que é o que desembolso. Mas se me pedirem 18 euros como já li, penso duas vezes (ou 3, 4, 5...) se irei comprar ou não.
Olá Cristina,
Podes ir nos centros de saúde ao Planeamento Familiar - independentemente da tua área de residência - SÃO OBRIGADOS - a forneceder os métodos contraceptivos (muitos fazem-se desentendidos - mas está na lei.
mais dúvidas liga para aqui - são de confiança:
SEXUALIDADE EM LINHA – 808 222 003, privilegia a informação, esclarecimento, orientação e encaminhamento na área da Saúde Sexual e Reprodutiva.
Beijinho
cintia
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