Ainda sou do tempo (como eu adoro esta frase) em que ensinavam na escola a dizer sempre a verdade. Lembro-me de um episódio passado quando ainda estava na primária. A D.Raquel - a professora, entenda-se - perguntou-me quem tinha copiado num certo trabalho, se eu ou se fora a Sandra. Muito envergonhada, respondi apontando para mim própria. A D. Raquel olhou para mim, riu-se e disse que copiar não se fazia, mas como eu tinha dito a verdade não ia acontecer nada.
Eu tinha uns 6 ou 7 anos e ainda me lembro.
Esta semana vi notícias que me deixaram chocada, porque o conceito que eu conheço de verdade foi completamente abalado, porque mexe com os sentimentos de pessoas. E mais ainda quando se trata de um jornal.
O tablóide britânico "News of the World" utilizou abusivamente escutas telefónicas para a obtenção de informações para as suas notícias, nomeadamente em casos que envolviam familiares de militares desaparecidos ou mortos, familiares e vítimas do atentado terrorista de 2005 ou o desaparecimento de menores (que mais tarde foram encontradas mortas).
Além de colocar em risco o trabalho de investigação policial, o jornal faltou com a verdade aos seus leitores. Tablóide ou de referência, o jornalismo deve viver da verdade. E foi isso que sempre amei nesta arte: a capacidade de transmitir informação às pessoas que nos lêem.
Não existe nada de mais compensador receber uma chamada, um telefonema, um e-mail de um leitor. Mesmo que seja com uma crítica negativa. Porque é com os erros que aprendemos, porque é uma prova que somos lidos, porque estamos lá e escrevemos aquilo que 1, 10 ou 100 ou 1000 pessoas lêem.
O que o 'News of the World' fez não é nada. É anti-ético, é vergonhoso, é criminoso. Não é jornalismo. Pode parecer-se, mas as semelhanças são mera coincidência.
1 estrelinhas:
Olá Olá!!!
Cristina conto contigo para mudar o Jornalismo! I Knoe u can do it :)
Está a ficar insuportável!!!!
Deixo este blog que gostei:
http://ricardosantosblog.blogspot.com/
do Ricardo Santos
Beijinho aos 2!
c.
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