Ando há algum tempo a matutar neste post; há uma semana para ser mais precisa. Pelo meio, meteu-se o trabalho, o tempo fo passando e eu à procura da forma certa de falar nisto.
Na semana passada, estava euzinha descansada no escritório da Junta, quando entra lá o sr. JS, um senhor com cerca de 80 anos, agarrado a um pau, como se de uma bengala se tratasse. Os cumprimentos do costume e ele lá disse ao que vinha. Enquanto estava a tratar da papelada, ele deixou cair o bendito pau e foi aí que tudo começou. Demorou cerca de 3 minutos a baixar-se, apanhar o pau e voltar a levantar-se... tarefa que qualquer um de nós levaria segundos. Obviamente, ofereci-me para o ajudar... recusou... "Obrigado, menina... deixe estar!" e desviou a conversa. Papelada preenchida, assinada e pronta a enviar via-CTT. "Quanto devo?" - "Nada, sr. JS." - "Então e a mã-de-obra?" - "Fica por conta da casa."... o sr. JS riu-se, agradeceu mais uma vez e virou costas para se ir embora.
Da minha mesa à porta são menos de 5 metros. O sr. JS demorou mais de 5 minutos a fazer este percurso. Encostei-me à porta da sala da minha colega e deu-me um arrepio pelas costas.
Depois lembrei-me deste post do amigo Horas... duas visões perfeitamente opostas do processo de envelhecimento. Se eu pudesse escolher, bem... acho que não restam dúvidas qual escolheria...
Na semana passada, estava euzinha descansada no escritório da Junta, quando entra lá o sr. JS, um senhor com cerca de 80 anos, agarrado a um pau, como se de uma bengala se tratasse. Os cumprimentos do costume e ele lá disse ao que vinha. Enquanto estava a tratar da papelada, ele deixou cair o bendito pau e foi aí que tudo começou. Demorou cerca de 3 minutos a baixar-se, apanhar o pau e voltar a levantar-se... tarefa que qualquer um de nós levaria segundos. Obviamente, ofereci-me para o ajudar... recusou... "Obrigado, menina... deixe estar!" e desviou a conversa. Papelada preenchida, assinada e pronta a enviar via-CTT. "Quanto devo?" - "Nada, sr. JS." - "Então e a mã-de-obra?" - "Fica por conta da casa."... o sr. JS riu-se, agradeceu mais uma vez e virou costas para se ir embora.
Da minha mesa à porta são menos de 5 metros. O sr. JS demorou mais de 5 minutos a fazer este percurso. Encostei-me à porta da sala da minha colega e deu-me um arrepio pelas costas.
Depois lembrei-me deste post do amigo Horas... duas visões perfeitamente opostas do processo de envelhecimento. Se eu pudesse escolher, bem... acho que não restam dúvidas qual escolheria...
9 estrelinhas:
Adorei este teu post! Pena que muitas das vezes nós esqueçamos os anciões...
Obrigada Capitão. E contra mim falo... às vezes, esqueço-me deles. Até que surgem situações assim, que fazem "clic". Beijinho
Olá Cristina!! Belo post!!
Eu gosto de conversar com os idosos, aqui onde vivo conheço muitos devido aos nossos passeios (meu e do pongo).
Há alguns que às vezes ficam a falar sobre toda a sua vida, e eu como uma boa dona de casa com o serviço sempre feito, deixo-me ficar a ouvir várias histórias...rsrsrs
Eles já fizeram muito por nós, agora é a nossa vez de fazer algo por eles né?! Pelos menos respeito e carinho
Beijinhos querida
A nossa sociedade tem feito de tudo para esquecer os idosos, toda ela está orientada para a juventude, para a miragem da juventude eterna. Os "velhos" são olhados com desdem e as suas opiniões são menosprezadas.
Um dia hei-de colocar um post sobre este tema e aí "esticar-me" mais um pouco.
Boa semana!
tema complicadito... hmm
pessoalmente confesso que nao tenho muita paciência para aturar os jovens da 3ª idade, não querendo com isto dizer que não lhes tenha respeito, muito pelo contrário. Algumas das melhores conversas que tive até hoje são precisamente com indivíduos que haviam já passado da bela idade dos 60's. E como é bom ouvir da boca de quem lá passou estórias do antigamente, dos sítios onde passaram, o que fizeram, a riqueza de vida que flui daquelas mentes e bocas e perante as quais eu me deixo por vezes viajar. É precisamente o que adoro em alguns, não todos, os idosos, a experiência de vida que têm para mostrar e passar testemunho.
Gostaria de um dia vir a ser um destes jovens, ao contrário daqueles "velhos chatos" que mais não fazem senão lamentar-se da sua vida quando deveriam estar gratos por a ter passado e por acordarem mais um dia de modo a apreciar o mundo que ainda lhes resta ver.
Só não sei se passarei dos 40 :P
Quantas vezes nos esquecemos deles.
Eles, que têm histórias fantásticas para nos contar. Eles, que têm um sorriso guardado para aqueles que os abraçam e os ouvem.
Esquecemos-nos também, que um dia é possível que sejamos nós a não ter ninguém com quem partilhar as nossas histórias, nem os nossos abraços.
Parece que desprezamos o nosso futuro. Esse que é inevitável.
Adorei o post! :)
Lusófona, sem dúvida... não me lembro de alguma vez ter virado a cara a uma pessoa idosa. Acho que, apesar de tudo, podemos aprender qualquer coisa com eles.
Dark Blue, fico à espera desse "esticanço"... acho que todos deveríamos reflectir um pouco sobre este assunto.
Sungod, a "estória" que falei tinha o contraposto no blog do Horas. E era assim que eu gostava de ser quando for velhinha :)
Porcelais, é essa a conclusão a que cheguei. Todos caminhamos para ali.
Beijinhos a todos e obrigada pelos comentários :)
Assustador não é?
São sempre tão esquecidos... por aqueles que para lá caminham!
bjs
cristina... eu sei... eu li o post do Horas (sim sim eu nao leio só este :P) mas queria dar a minha opinião. Afinal tenho dois grandes exemplos do que é a juventude na 3ª idade, os meus avós que adoro e sem os quais não sei como passaria, sem as lembranças da minha infância, sem a presença deles a dois passos de casa (hoje sinto-me lamechas, pronto).
"estória" está bem escrito e bem aplicado na frase onde se integra... pk as aspas? (isto agora sou eu a ser mau)
porcelain... subscrevo!
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