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Depois, mais tarde (muito mais tarde), quando somos mães, ouvimos falar do instinto maternal. Dizem os especialistas que isto do "instinto maternal" é aquilo que faz de nós "aptas" a ser Mães. Que ou se nasce com ele, ou não se nasce. Que traduz a sensibilidade ou a aspereza face ao mundo dos bebés.
Mal sabemos que estamos grávidas, ele desperta. Como um relógio suíço. Ou como o Big Ben - que nunca falhou.
Aliás, mesmo que não saibamos que estamos grávidas, há aquele "feeling", aquela sensação estranha que nos "diz" para ter cuidado, para abrir os olhos, que algo de diferente se passa... (no meu caso, foi o sono... mal sabia o meu corpinho aquilo que me esperava!).
Depois, durante os 9 meses (ou menos, em alguns casos)... é o dar uma carícia na barriga, é o falar com a barriga como se ela nos pudesse responder; é o empregar de um carinho inexplicável nas mais pequenas coisas.
E o bebé nasce. É o amor extravasado. É um amor para além dos limites do pensado. Já amávamos o bebé, mas agora é real: é um amor com rosto, com pézinhos e mãos, e com uns dedinhos minúsculos. É um amor com pelezinha enrugada, sem dentes e chorão... mas é o mais bonito do Mundo.
(diz que há Mães que olham para as criaturinhas e não ouvem os querubins a cantar salvas, nem sininhos ou violinos... calma... lá chegarão. Deixem o bebé olhar bem dentro dos vossos olhos, deixem-no tocar no vosso corpo, deixem-no mamar e toda uma orquestra sinfónica tocará!)
Durante a gravidez, li muito sobre a arte de ser Mãe. Li muito sobre o desenvolvimento do bebé, sobre as alterações ao nosso corpo. Li muito sobre como dar banho, como agir em caso de doença, como mudar fraldas, como vestir o bebé de acordo com as estações do ano.
Mas não li nada sobre como ser Mãe. O que raio iria fazer? E se o bebé chorasse e eu não soubesse porquê? Como é que ia pegar nele ao colo? E se ele se "desmontasse" nos meus braços? E, principalmente, pensei que estava lixada. Que me tinha metido na maior alhada da minha vida, e que não havia volta a dar.
Mas... ao fim de 19 meses... não é que tem resultado?! Uma Mãe sabe. Sabe quando é hora de mudar a fralda. Sabe distinguir um choro de fome, de um choro de cólicas, de um choro de aborrecimento... uma Mãe, simplesmente, sabe!
Não vou mentir: ter um bebé é assustador. Os (futuros) pais que não se sentirem assustados ou são parvos, ou não têm noção no que se meteram.
É um compromisso para a vida. Não é algo que podem devolver, escrever no livro de reclamações ou enviar cartinhas para a DECO e para a ANACOM. Mas é fantástico... basta sentirem. Basta abrirem o coração e seguirem o instinto (muito mais do que seguirem os milhões de palpites e sugestões que vos derem).