Era tão mais fácil criticar a selecção, meter a cabeça do primeiro-ministro no cadafalso, falar nas facilidades ou dificuldades da nova vida longe do colo da mãe, apontar o dedo aos ministros que teimam em falar em aumentos e sacrifícios ou colocar o vídeo de uma musiquinha boa...
Mas não...
Tenho a 'loja' da imaginação de férias. Não me sinto capaz de escrever um texto embonecado. Fica para a próxima, sim?
29 de junho de 2010
24 de junho de 2010
20 de junho de 2010
18 de junho de 2010
José Saramago
A si, Saramago:
Comecei com 'Ensaio sobre a Lucidez', passei para 'As intermitências da Morte' e 'O Ano da morte de Ricardo Reis'. Vi o 'Ensaio sobre a Cegueira' e 'A Jangada de Pedra'. Durante muitos anos, o senhor parte da minha vida e hoje deixou este Mundo. Obrigada por tudo - já que muitos outros, com mais poder, não lhe agradeceram.
Obrigada!
Comecei com 'Ensaio sobre a Lucidez', passei para 'As intermitências da Morte' e 'O Ano da morte de Ricardo Reis'. Vi o 'Ensaio sobre a Cegueira' e 'A Jangada de Pedra'. Durante muitos anos, o senhor parte da minha vida e hoje deixou este Mundo. Obrigada por tudo - já que muitos outros, com mais poder, não lhe agradeceram.
Obrigada!
13 de junho de 2010
Momentos e movimentos
Tenho-me desleixado um pouco dos agradecimentos aos vossos comentários; prometo que vou tentar fazê-lo com maior frequência.
Este fim-de-semana fui visitar a família. Depois de duas semanas a ouvi-los perguntar "quando vens a casa?", achei que devia ir dar-lhes um beijinho. O estranho foi entrar no meu quarto e vê-lo semi-despido, porque muitos dos meus pertences já estão cá. Os pequenos objectos mantém-se nos sítios onde os deixei.
Mamãe estava com saudades da filhota. A filhotinha mais velha que sempre se habituou a ver e a sentir entre as paredes da moradia. A filhotinha que escolheu o seu próprio quarto aquando da primeira mudança de residência já lá vão mais de duas décadas. A filhotinha que voltou durante 48 horas e que era necessário encher de mimos suficientes para mais umas semanas.
De resto, tudo igual. Excepto eu. Começo a aperceber-me que gosto desta maior liberdadezinha de movimentos que tenho desde que me mudei.
Este fim-de-semana fui visitar a família. Depois de duas semanas a ouvi-los perguntar "quando vens a casa?", achei que devia ir dar-lhes um beijinho. O estranho foi entrar no meu quarto e vê-lo semi-despido, porque muitos dos meus pertences já estão cá. Os pequenos objectos mantém-se nos sítios onde os deixei.
Mamãe estava com saudades da filhota. A filhotinha mais velha que sempre se habituou a ver e a sentir entre as paredes da moradia. A filhotinha que escolheu o seu próprio quarto aquando da primeira mudança de residência já lá vão mais de duas décadas. A filhotinha que voltou durante 48 horas e que era necessário encher de mimos suficientes para mais umas semanas.
De resto, tudo igual. Excepto eu. Começo a aperceber-me que gosto desta maior liberdadezinha de movimentos que tenho desde que me mudei.
7 de junho de 2010
Pedra sobre pedra
Começo (lentamente) a aperceber-me que tudo aquilo que conhecia está a alguns quilómetros de distância e que agora é tempo para criar novas rotinas, conhecer outras pessoas - se bem que aquelas que preenchiam a minha vida vão estar sempre presentes ainda que só as veja de quando em quando - e dar valor às coisinhas que anteriormente me irritavam.
Todos os dias me perguntam "Quando vens a casa?". Respondo "assim que puder", contudo deito-me quase todos os dias a pensar "esta agora é a minha casa".
No trabalho, as coisas estão a correr bem. Apanhei uma altura complicadota, mas penso que estou a engrenar rapidamente no sistema. Mas todos os dias sinto falta do sacana do burburinho da (minha) redacção. Por isso, tento compensar essa "falta" com tudo o resto: com maior concentração naquilo que faço, com a procura de outros interesses e com a presença em várias actividades. No sábado, à noite, "mergulhei" na História (adaptada) das fontes de Sintra. Uma companhia de teatro local andou pela vila a contar pequenas histórias sobre a presença dos mouros em Portugal. Ri-me muito. Substituí as lágrimas por gargalhadas e diverti-me imenso.
É aqui, em Sintra, que estou a encontrar ferramentas para construir mais um pedaço do meu caminho na Vida.
Todos os dias me perguntam "Quando vens a casa?". Respondo "assim que puder", contudo deito-me quase todos os dias a pensar "esta agora é a minha casa".
No trabalho, as coisas estão a correr bem. Apanhei uma altura complicadota, mas penso que estou a engrenar rapidamente no sistema. Mas todos os dias sinto falta do sacana do burburinho da (minha) redacção. Por isso, tento compensar essa "falta" com tudo o resto: com maior concentração naquilo que faço, com a procura de outros interesses e com a presença em várias actividades. No sábado, à noite, "mergulhei" na História (adaptada) das fontes de Sintra. Uma companhia de teatro local andou pela vila a contar pequenas histórias sobre a presença dos mouros em Portugal. Ri-me muito. Substituí as lágrimas por gargalhadas e diverti-me imenso.
É aqui, em Sintra, que estou a encontrar ferramentas para construir mais um pedaço do meu caminho na Vida.
5 de junho de 2010
Emoção vs razão
Simultaneamente ao facto de ter deixado o ninho da mamã e ter começado uma nova etapa da minha vida, surgem as inevitáveis dores de barriga por ter cortado o cordão umbilical.
Talvez devesse tê-lo feito mais cedo para não 'sofrer' agora as consequências de um afastamento, obviamente, tardio. Talvez o tenha feito na altura certa. Não sei. O que dizer? As vozes murchas das pessoas que amo deixam-me confusa, apesar de me darem a maior das forças para organizar a minha vida.
Sinto-me agora como... quando tinha 6 anos e me caiu o 1.º dente: doeu um bocado, chorei, mas tinha a certeza que (logo, logo) outro dente surgiria e a dor passava. Só tinha que ter alguma paciência. Dá para entender?
A compensar, a estar ali a amparar-me, a limpar-me as lágrimas teimosas está ele. E isso faz-me ter a certeza que, no meio de tanta confusão emocional, algo corre bem e que a decisão tomada foi a mais certa.
Talvez devesse tê-lo feito mais cedo para não 'sofrer' agora as consequências de um afastamento, obviamente, tardio. Talvez o tenha feito na altura certa. Não sei. O que dizer? As vozes murchas das pessoas que amo deixam-me confusa, apesar de me darem a maior das forças para organizar a minha vida.
Sinto-me agora como... quando tinha 6 anos e me caiu o 1.º dente: doeu um bocado, chorei, mas tinha a certeza que (logo, logo) outro dente surgiria e a dor passava. Só tinha que ter alguma paciência. Dá para entender?
A compensar, a estar ali a amparar-me, a limpar-me as lágrimas teimosas está ele. E isso faz-me ter a certeza que, no meio de tanta confusão emocional, algo corre bem e que a decisão tomada foi a mais certa.